quarta-feira, 4 de outubro de 2017

10 (dez) elementos sobre a não empatia do R&S

 irrelevante ter uma grande visão sem ter as pessoas certas". Jim Collins.

Depois que escrevi o "R&S e a não empatia (both ways)" tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas sobre minha perspectiva em relação ao tema e, para resumir, eis que:

1. A empatia em si: acho mesmo que se a pessoa que representa a porta-de-entrada de uma organização olhar o CV do candidato sob uma perspectiva mais empática vai tentar entendê-lo, sem julgamento, e validar premissas, sem necessariamente trazer aquele ar de "já sabia que não tinha perfil", evitando um risco de antecipar "verdades enviesadas";

2. Querer ouvir: o próprio recrutador tem a oportunidade, inclusive, de desenvolver uma escuta mais ativa, se abrindo de fato ao que a pessoa fala e não ao filtro que ele quer usar para atender a uma interpretação própria;
3. Estar aberto: se o RH, neste caso, vai com uma postura de "vou pegá-lo na curva", por ter listado os gaps do candidato entre uma experiência e outra, provavelmente ele também não sairá ganhando: dê um passo atrás e reveja os motivos pelos quais aquela pessoa precisa ser entrevistada pr'aquela vaga, sem agenda oculta;

4. Servir primeiro: o espírito de uma entrevista deveria ser de honestidade, integralidade e atenção ao outro - só por protocolo, acredite, você vai se convencer de que aquela pessoa também não serve;
5. Aceitar que ninguém é perfeito: gerar curiosidade para entender "onde ele é bom" e focar nisso, para tentar, de verdade, fazer com que dê certo - as imperfeições são as características mais intrínsecas dos seres humanos; não as descarte!;
6. Não seja sacana, vai!: fazer perguntas que mais querem matar sua curiosidade e eventualmente expor o candidato para você se sentir mesmo melhor do que ele são práticas do passado e que dizem mais sobre você e sobre a empresa do que sobre ele;

7. Ser inteiro: se você não gosta do que faz, reavalie, porque é muito sério: dizer sim ou não vai mudar a vida dessa pessoa e não é um unmatching tipo Tinder que, depois do seu botão, virão muitos outros: você pode ser a chance de realização de um sonho dele (a)!;
8. Posicione-se: para ser estratégico não precisa ser diretor nem VP - seja o melhor que pode ser, independentemente do seu crachá e assinatura no email. Tratar o candidato como uma pessoa e não como um check list  é a oportunidade que você tem de fazer tudo aquilo que reclama que a liderança não faz: inspirar pelo exemplo;

9. Só automatizar não resolve: adquira o melhor das tecnologias para triagem de candidatos, mas acredite, nada substitui o respeito daquele instante que processualmente chamamos de "entrevista"; e cada uma é uma, porque cada pessoa vem com uma história e você pode até não gostar dela, mas precisa avaliar se os elementos da narrativa cabem no livro que a sua empresa, a qual representa, está escrevendo - e como reproduzirão, juntos;
10. Blá-blá-blá: Se nada disso interessa, faz sentido ou pode ser endereçado, só te peço mais uma coisa: se você tivesse selecionado os melhores funcionários que existem hoje na sua empresa; que empresa ela seria?

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*Não adesão à nova regra gramatical.