sábado, 23 de julho de 2011

Mais uma volta

Mais uma volta por aí. Pelo Brasil.
[Na capital do] Maranhão, em um salão de beleza:
- Boa tarde! Há horário livre por agora, para fazer mão e sobrancelha?
- Tem sim!, pode ir adiantando a sobrancelha.
Me assento na cadeira. E vem uma moça. Fecho os olhos e, ao começar, ela diz:
- Você não é daqui não, né?
- Não.
- Ah, logo vi.
- Por que?
- Porque você é bonita. Muito bonita. Tem o rosto perfeito, ó.
- Obrigada (E que Deus nos abençoe).

No interior do Pará, embora a cidade esteja sendo sondada para virar capital:
- Por favor, traga esta (apontando para o cardápio) porção de bolinho de bacalhau.
- Ih meu sinhô; isso aí num presta não.
(todos riem).
- Como não presta?
- Ih, ontem pediram e reclamaram. Umas duas mesas. É que a gente compra congelado e deixa aí.
(todos riem mais).
E o cidadão continua.
- Mas é ué. Se eu num fô sincero, ué, tem que falar a verdade né? Depois vai que dá pobrema!
- Tá certo. O que você aconselha?
(Ele coça a cabeça, suspira, olha para o cardápio...)
- Pasterzin?
(riem todos)
- Ah não!, pastel é muito comum! Tem alguma coisa aqui que podemos pedir?
- Ó, eu num sugiro não, porque se dé pobrema, vai dar prejuízo, igual ontem.
- Ok. Se pedirmos carne com fritas, presta?
- Ah presta!, nóis faiz na hora.
- Sem prejuízo?
- Sem prejuizo, dotô.
(e ele sai rindo).
Até hoje, não deu pobrema. Também acho que prestou.
No interior do Maranhão, desta vez:
Pessoas sem sapato, de chinelo, sem capacete, em cima de uma moto, com mais dois, três. Meninas dirigindo carros sem saber dar ré, gritando no meio da "rua" para alguém ajudar, e eu:
- Você não tem carteira não?
- Eu não, pra quê?
Todos sem nada.
*Não adesão à nova regra gramatical.