sábado, 13 de março de 2010

A hora do sim é o descuido do não*

Acomodar [1.Dar cômodo a; alojar: 2.Pôr ou dispor em ordem; ordenar, arrumar (...). 4.Apaziguar, acalmar, serenar, aquietar (...); 7.Adaptar, afeiçoar, afazer (...). 16.Dar-se por satisfeito].
Dicionário Aurélio

Parece que a ida à Tunísia foi boa: Assim que cheguei do Sri Lanka, recebi a notícia que dali iria para a Jordânia, como continuidade do que tinha sido começado, para uma oficialização da parceria prática com aqueles dez representantes para os quais nos apresentamos.

Como tudo na vida, foi bom e ruim: bom porque não deixa de ser extensão de uma oportunidade que vivenciei e que tinha repercutido em frutos esperançosos e; ruim, porque eu estava muito cansada. Ainda estou. E o que eu menos queria era desfazer fazendo mala e esperar pelo tempo que fosse, em qualquer aeroporto.

Eu gosto de viajar, mas adoro voltar para casa; rever minhas coisas, recomeçar pela rotina, contar casos, compartilhar fotos e planejar a próxima partida.
De supetão, me desestrutura um pouco!

E aí, na dúvida da certeza, voltando atrás para recuperar o tempo suspenso, o trabalho transbordava e a pressão levava a um esforço transpirante.

No ensejo de ignorar a diferença de horários e hábitos, retomando o que eu esperava, a Jordânia realmente ficou para a próxima - nossa participação foi confirmada, mas outra pessoa iria - e o descanso era meu único destino: dormir até tarde e ficar de pijama.

Mas, como a história se repete e somente os personagens se alteram, como já havia lido, concordado e creditado, o nada é um luxo!, que dificilmente tem me pertencido.
Já não me recordo uma semana tranqüila ou o deleite de curtir a quinta-feira à noite e a sexta-feira como dias leves e tão pouco passageiros.
Mais uma vez, eu, com minha mania em não dizer "não" e a não me colocar limites, fiz a rotina da academia após o trabalho e a recaptulação das novelas; dormindo "tarde", mesmo quando não podia mais.

Sem me posicionar, a quinta chegou com dois convites e, seguida dela, a sexta com mais dois. Antes de sair, o sofá bem que me puxou, mas a teimosia pesa mais e logo me levantei dali: rua!

Hoje, pensando nisso tudo (agitações e idas-e-vindas) e me acomodando em um processo de sono atrasado, me dei conta do quão para trás estou em outros assuntos: nos e-mails pessoais, nas leituras vagas, no livro que me espera escorado na cabeceira da cama, que já recolhe poeiras, nas citações que fiquei de reler e, sobretudo, no planejamento da próxima viagem.

Paradoxal.

Nesta fração de segundos em que os pensamentos soltos se juntaram como na rapidez da formação de um feixe de luz, fui embalada pela abertura da novela Viver a Vida que resume bem
essa confusão e que me alivia em aceitar, por ora, que estou cômoda, no que quer que seja este momento:

"Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão".
Toquinho e Vinícius*

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*Não adesão à nova regra gramatical.